sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Para Flávia, by Clara...

Antes de conhecer a Flávia eu era uma vadia. Aliás, eu ainda sou, mas com ela somente. Antes não. Quando ficamos eu tinha 17 anos, estava no terceiro ano do segundo grau e estudava a noite. Nunca namorei sério com ninguém, sempre enganando, traindo, mentindo. Aprontava mil e umas no colégio e em casa. Eu já tinha tc com a Flávia duas ou três vezes no MSN, ela me add e estava tentando se chegar, mas como eu não queria nada, pois tinha achado sua aparência muito sem graça, até cheguei a bloqueá-la. Depois dessas conversas no MSN fiquei com várias pessoas e nem lembrava mais da Flávia até que a vi pela primeira vez em uma festa. Como já escrevi no começo dos posts, eu tinha ido a uma festa da cidade em uma sexta-feira à noite com uma ex namorada quando vi a Flávia a poucos metros de mim. Ela é muito morena e não tinha como não reconhecer os olhos verdes que ela tem. Quando reparei nela na festa percebi que tinha julgado um pouco injustamente, ela era bonita, pena que na época não se cuidava e estava mal vestida (pro meu gosto claro). Imediatamente comecei a encará-la com cara de quem quer ficar, mas a minha ex queria dar umas voltas e acabei concordando. Quando passei do lado da Flávia agente quase se grudou, não parei de encarar nenhum segundo e depois que havia passado olhei para trás para ela ter certeza de que estava dando em cima. Em fim, ficamos naquela noite e combinamos de ficar no dia seguinte, sábado. Na minha cabecinha eu tinha em mente ficar com ela até no sábado e deu, depois inventaria alguma coisa e sumiria, mas, ela me procurou do domingo, na semana seguinte, NAS SEMANAS SEGUINTES... Ela coitada, foi me levando a sério, também eu era tão sacana que alimentava todas as expectativas dela, respondia as mensagens, marcava encontros, a fazia acreditar que estava ficando só com ela. Mas isso não se aplicou na realidade. Eu me encontrava com a Flávia antes de entrar no colégio, e lá dentro ficava com uma, no outro dia com outra, no outro dia com duas, no outro com essa e mais aquela... O pior era que eu enganava essas do colégio também porque é claro que elas não ficariam mais comigo se descobrissem uma da outra. Aquelas que me desmascaravam nem falavam mais comigo por uns tempos. Tem umas que não falo até hoje. Ainda bem. Teve uma vez que eu fiquei com uma guria da minha sala e ela pegava o mesmo ônibus para ir pra casa comigo. Só que antes de eu entrar no terminal eu dei uns pegas na Flávia lá fora e aí essa guria da minha sala viu tudo e quando entrei no ônibus e fui sentar do lado dela, ela me ignorou e sentou em outro lugar. Bem, fui levando essa vida de cafajeste com as garotas do colégio e a Flávia quase dois meses. As aulas estavam quase acabando e achei que não ficaria mais com a Flávia já que ela não teria mais aonde me encontrar. O problema é que eu sempre saía de casa convicta de que iria dar o fora nela, mas quando a encontrava deixava o assunto pra lá. Convidei-a pra ir pra praia comigo, achei mais uma vez que ia terminar com ela, assim que voltasse da praia eu ia acabar. Mas aí comecei a dormir na casa dela, ela até chegou a pedir demissão no trabalho pra ficar mais tempo comigo (que louca), e acabei não terminando de novo. O desfecho foi que na minha casa vivendo com meu pai e minha mãe era mais que um inferno e decidi morar sozinha. Bem, sozinha na verdade não. Quem eu convido pra morar comigo? A Flávia. É quase inacreditável, mas mesmo morando juntas eu não queria aceitar que estava em um relacionamento, eu ainda pensava que em uns 3 ou 4 meses eu iria terminar, iria morar com ela só até me estabilizar. A gente já estava namorando havia 8 ou 9 meses quando eu comecei a pensar que era sério. Demorou muito, mas hoje eu tenho certeza de que é sério e que se depender da minha parte será para sempre.
Quando me lembro das merdas que pensava que ia fazer, sobre terminar e mandar ela embora e tal, me sinto uma canalha mesmo tendo certeza que sou uma. Assim como o comprometimento demorou a se instalar em mim, faltam alguns retoques. Como dar carinho, coisa que ela tanto me pede. Mas esse costume de ser rude e masculina faz parte das minhas taras, sem esse hábito acredito que nosso sexo seria muito meloso e não seria tão excitante. Nas vezes em que transamos romanticamente (3 ou 4) foi bom. Mas quando transamos selvagemente é incrível, sublime, extraordinário, perfeito. Não me vejo sendo romântica nem melosa.
Espero que esse resumo tendo sido de ajuda para garotas indecisas, apenas aconselho que, não esperem quase um ano para amar uma menina.

3 comentários:

Gabriela Luna disse...

Nossa, que história linda e engraçada a de vocês!
Adorei!
bJS

Kle_z disse...

Ah, o amor! *-*

Anônimo disse...

Sou Sonja McDonell, 23, Swiss Airlines Stewardess com 13 cidades ultramarinas, muito concurso com muitas idéias, também em casos de emergência no meu trabalho maravilhoso. Nós meninas lésbicas temos algumas células em nossos cérebros, as chamadas meninas normais não têm e não dependem da religião e dos países. Essas células tornam-se ativas na puberdade precoce e são enviadas então dentro e dentro de nossas partes sensíveis do corpo. Eles nunca podem ser apagados. Mas muitas vezes não é fácil para as meninas, para realizar seus sonhos, quando são muito jovens.
sonjamcdonell@yahoo.com