sexta-feira, 17 de setembro de 2010

CEMITÉRIO

Quase final de ano, eu quase me formando finalmente no terceirão e mais uma vez estava matando aula. Até cheguei ao portão da escola, mas vi a Flávia, ela falou que tinha comprado um vinho, decidi não entrar e curtir mais um pouco com ela. Também não tinha nada importante na escola e faltavam alguns dias pra terminar o ano letivo.
Estávamos saindo juntas quando duas gurias que eu ficava frequentemente, que estudavam comigo, pediram se podiam nos acompanhar. Elas só podem não ter se tocado porque era óbvio que não. Sem falar que elas convidaram um punk amigo meu (que eu também já havia ficado) e delas para ir junto.
Perto do colégio tem um cemitério com a maioria das sepulturas velhas e algumas poucas mais recentes.
Como lá e muito calmo, decidi ir com a galera lá, não íamos aprontar nada, nem praticar vandalismo, escolhi lá apenas porque ninguém iria incomodar – a não ser a polícia se soubesse.
Chegamos ao cemitério e sentamos na casinha do coveiro, onde ele guarda pás, enxadas e coisas de coveiro.
O punk saiu pra comprar uma coca-cola pra acompanhar o vinho e alguma coisa para ele comer. Ficamos as quatro lá no maior clima de tensão, sem saber o que falar e o que fazer. Tomamos um pouco do vinho e comemos uns chocolates que eu tinha comprado pra Flávia. O punk voltou e fizemos alguns cubas, comemos mais chocolates, conversamos, fizemos mais cubas, passeamos pelo cemitério, fizemos (e bebemos) mais cubas...
Até que pelas tantas já estávamos todos bem alteradinhos. O punk falou que ia dar uma volta, iria encontrar uma galera dele e tal, as duas que estavam com a gente foram dar uma volta pra comprar cigarro e eu e a Flávia ficamos sozinhas na escuridão do cemitério.
A Flávia alterada antigamente ficava tímida, assim naquela noite ela estava toda reservada, quietinha e vermelhinha, uma graça. Nos beijamos várias vezes, nos acariciamos e passei com a minha boca vinho para a boca dela algumas vezes.
Tirei meu casaco e senti o calor da pele dela no meu braço, uma sensação de carinho e maciez invadiu meu corpo, foi a primeira vez que senti alguma coisa que não fosse tesão por uma garota.
Toquei nela com carinho, mas ela nem deve ter percebido, recomeçamos a nos beijar e eu tirei a roupa dela.
Tirei seu casaco, calça, blusa, top, calcinha e só deixei as meias, porque estava frio e eu sei que é muito difícil esquentar os pés. Fizemos uma espécie de cama com as roupas dela em cima de um túmulo bem das antigas e deitamos. Eu fiquei só no casaco mesmo, não tirei mais nada. Estava fodendo ela com a mão quando olhei para o portão do cemitério e vi as duas voltando e também percebi que elas haviam nos visto e visto o que estávamos fazendo. Diminuí com a Flávia e tirei meus dedos devagar. Ela me olhou confusa, entreguei sua calcinha mostrando que não iria rolar mais nada.
Incrível, mas meio minuto depois que paramos as duas vieram até nós rindo e fingiram na maior que não tinham visto nada. Como estava bem tarde e era hora de pegar meu ônibus, pedi que a Flávia me acompanhasse até o terminal. As duas também vieram já que também iriam pegar o ônibus. Perto do terminal a Flávia completamente sem jeito disse que me amava. Quase não ouvi já que ela falou muito baixo e muito bêbada. Naquele tempo, eu não queria nada com nada. Fazia exatamente um mês desde que começamos a ficar. O diálogo foi o seguinte:

- Clara, eu tenho uma coisa pra te falar.
- Aiiiiiiii (suspirando – eu já sabia o que ela ia falar).
- Eu te amo!
- Aiiiiiiii (suspirando mais ainda). Pára, você ta bêbada, nem sabe o que tá falando (eu só queria mudar de assunto).
- Eu to bêbada mais eu sei o que eu to falando (enrolando a língua).

Eu não estava muito bêbada, mas estava de saco cheio. Eu já sabia que ela estava apaixonada por mim mas eu só queria comê-la e terminar.
Despedi-me dela de qualquer jeito, eu estava com muita raiva e entrei no terminal.

- A parte que a Clara postaria agora, foi interrompida por mim, num surto de ciúmes! Portanto, fiquem abaixo somente com a minha versão, das coisas que ela fez, mas relatadas por mim:
Ela entrou no ônibus e foi até um pedaço do caminho com aquelas vagabundas (não mais vagabundas que a própria Clara). Pararam na casa da gorda e orelhuda que ainda gostava dela, pra deixar ela ali, pois também estava bêbada. O ônibus foi embora e a Clara foi a pé com a outra vagabunda ridícula. Sem mais detalhes, as duas foram transar numa árvore de um local escuro, perto de outro cemitério, que fica no nosso bairro. Tá, vagabundas á parte...
Já eu, Flávia, havia treinado o dia inteiro pra me declarar pra ela e encontrei na bebida a coragem de dizer. Ao que ela virou as costas e entrou no terminal rodoviário, deixando escancarado que não queria nada sério comigo e que não retribuía o meu sentimento, peguei minha bicicleta e fui em zigue-zague e lágrimas para casa.
Chegando em casa, chorando tanto à ponto de fazer um escândalo, acordei minha mãe e meu irmão.
Deitei na cama, ainda gritando. Hoje eu sei que a metade do que eu gritava minha mãe não conseguia entender. Mas eu me lembro da dor que senti pelo fato de meu sentimento pela Clara não era recíproco.
Minha mãe tentava me aclamar, e eu só sabia gritar dizendo que “eu não queria gostar dela, não tenho culpa de gostar dela”, e coisas do tipo.
Em seguida, acabei dormindo e só acordei na manhã seguinte, não lembrando exatamente do que eu havia feito. Para minha felicidade (irônica), meu irmão me lembrou das coisas que eu havia dito. Sim, esse foi um papelão! E tudo pela “farabuta e esquifosa” da Clara! Credoooo, esse foi apenas o primeiro... E o resto, é outra história.

2 comentários:

Ana disse...

Meninas, o q houve depois do post do cemitério... Entro no blog todos os dias e vcs não postam mais nada, será q vcs brigaram... Por favor manifestem-se, ler o blog d vcs já se tornou um hábito pra mim e faz quase uma semana q vcs não postam nada!

Anônimo disse...

Realmente....Acho uma falta de respeiro simplesmente sumir assim...